A Bélgica está enfrentando um aumento nas operações de jogos de azar no setor ilegal, o que pode comprometer o ecossistema regulamentado de apostas do país.
A Associação Belga de Operadores de Jogos () intensificou seus esforços, pedindo uma aplicação mais rigorosa contra plataformas ilegais e alertando sobre os sérios riscos que essas operações representam para os consumidores, especialmente os jovens.
De acordo com a BAGO, os sites de jogos online ilegais operam fora da legislação belga, ameaçando a integridade do mercado em vários aspectos. Essas plataformas frequentemente ignoram salvaguardas importantes, como verificação de idade e medidas de prevenção ao vício. Além disso, não pagam impostos, criando uma concorrência desleal com as entidades licenciadas.
Mídias sociais e patrocínios esportivos são ferramentas frequentemente utilizadas por esses operadores para atrair jogadores, especialmente jovens adultos, aumentando sua presença no mercado.
Jovens e indivíduos vulneráveis estão particularmente em risco devido à ausência de salvaguardas e regulamentações, o que os torna mais suscetíveis a danos relacionados ao jogo, apesar das iniciativas do governo belga para proteger sua juventude.
Jovens homens cada vez mais ativos em sites ilegais
A BAGO destacou um estudo recente realizado por operadores licenciados, que revelou a popularidade de plataformas não regulamentadas entre os jovens no país. Segundo o estudo, quase 50% dos homens com idades entre 18 e 21 anos eram ativos em sites de jogos ilegais.
Cerca de 29% dos jovens homens identificaram um site do setor ilegal quando questionados sobre marcas de jogos de azar, em comparação com apenas 4% da população geral de jogadores.
Os resultados também apontaram que quase 31% dos jovens jogadores foram apresentados a operadores ilegais por meio de mídias sociais, enquanto 26% chegaram até eles por meio de patrocínios esportivos.
O presidente da BAGO, Tom De Clercq, destacou a crescente influência das mídias sociais e como elas ajudam a expandir o alcance desses serviços, especialmente entre os jovens.
“Os jovens têm acesso cada vez mais fácil a sites de jogos ilegais, que os atraem com bônus tentadores, mas que também colocam em risco a privacidade e a segurança de seus dados pessoais“, afirmou De Clercq.
Em setembro, o governo belga elevou a idade legal para jogos de azar para 21 anos, com o objetivo de fortalecer as proteções aos jogadores. No entanto, o cenário atual indica que essa restrição pode ter levado inadvertidamente muitos jovens a buscar o mercado não regulamentado.
De acordo com De Clercq, a prevalência de plataformas ilegais pode minar os esforços do governo para melhorar a proteção ao consumidor.
“Essas plataformas não apenas aumentam o risco de vício em jogos de azar, mas também comprometem a confiança em um mercado de jogos seguro e regulamentado”, disse ele.
A presença crescente de plataformas do setor ilegal demanda uma abordagem nova e mais abrangente por parte do governo. A BAGO apelou às autoridades para intensificar seus esforços, introduzir uma aplicação mais rigorosa da lei e trabalhar na conscientização pública por meio de campanhas e outras iniciativas.
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